A Bienal de Design de Londres está atualmente em exibição na Somerset House, com 38 exposições de seis continentes, apresentando o papel do design na abordagem dos desafios globais. Com curadoria do Diretor Artístico Es Devlin, o evento gira em torno do tema ‘Ressonância’, convidando designers e artistas a considerar o efeito dos “conceitos inovadores do design sobre a forma como vivemos e as escolhas que fazemos”. Na terceira edição da Bienal de Design de Londres, os pavilhões nacionais destacam novas perspectivas sobre as questões mundiais, explorando sustentabilidade e meio ambiente, globalização e migração, história e vida cotidiana.
Com 30 pavilhões representando países, cidades e territórios, bem como uma série de projetos paralelos, a Bienal de Design de Londres mostra o potencial do design para promover a conscientização, iniciar conversas e estimular a ação. Como disse Sir John Sorrell, presidente do evento, “grandes ideias de design podem ajudar a mudar as coisas para melhor, inspirar as pessoas e dar-lhes esperança para o futuro - mais do que necessário agora”. Os pavilhões nacionais da Somerset House exploram uma ampla variedade de tópicos, desde o uso generalizado de plásticos a materiais tradicionais, o esgotamento de recursos, o espaço doméstico e as trocas culturais do colonialismo.
Explorando intercâmbios culturais, a exposição Amplificar / Amplify de Gana explora o envolvimento entre o país e seus dois ex-governantes coloniais, Grã-Bretanha e Dinamarca. O projeto reavalia a rica paisagem cultural de Gana e sua influência sobre as potências coloniais. Outro pavilhão que reavalia o patrimônio cultural é o japonês, com a exposição Reinventar as texturas / Reinventing Texture, que homenageia a arte milenar da fabricação de papel Washi e do papel maché, através de uma experiência sensorial.
À luz do impacto da pandemia na relação do indivíduo com o mundo físico, o pavilhão grego apresenta a exposição Juntos / Together, com uma instalação envolvente, que mostra oliveiras iluminadas acompanhadas pelo som da natureza grega. O pavilhão argentino também explora a paisagem local, com a instalação Monte Abierto, destacando o "Simbol", planta que cresce nos Vales Calchaquí.
Diversas contribuições nacionais exploram questões de sustentabilidade, refletindo sobre o meio ambiente e os recursos naturais. É o caso de Nostalgia, instalação interativa guatemalteca, que reflete sobre a perda de recursos hídricos naturais, convidando os visitantes a questionar seu comportamento em relação ao uso e desperdício da água. Refletindo sobre a questão fundamental de resíduos, a contribuição alemã apresenta Arqueologia dos talheres / Spoon Archaeology, uma coleção de talheres de plástico descartáveis encenados como artefatos arqueológicos. A exposição é uma homenagem à proibição europeia de talheres descartáveis e reflete a responsabilidade coletiva em torno deste “patrimônio cultural”.
Os pavilhões da Indonésia e da Polônia voltam seu foco para o espaço doméstico. O Invisível: Liberte o Espaço! /The Invisible: Free the Space! é uma investigação sobre como a comunidade indígena na Indonésia enfrenta a deficiência do espaço doméstico moderno. Ao mesmo tempo, a instalação polonesa A casa vestida: transformando a imaginação sazonal /The Clothed Home: Tuning in the Seasonal Imagination explora os têxteis em interiores domésticos, refletindo o ritmo das mudanças sazonais.
As exposições ilustram pontos de vista culturalmente diversos sobre os desafios globais, com o objetivo de fomentar conversas em torno de um futuro mais sustentável. “A ressonância coletiva de nossas ideias e ações tem o poder de ser verdadeiramente transformadoras”, diz o Diretor Artístico Es Devlin, e a Bienal de Design de Londres explora esse potencial. A exposição na Somerset House está aberta até 27 de junho.